terça-feira, 28 de julho de 2009

Tem que remar e remar


Sou eu a Mari, nascida e criada em Curitiba (com parte da infância na saudosa cidade interiorana de Ponta Grossa), bicho do Paraná, que até então nem nunca tinha saído desse maravilhoso país, onde mesmo que poucas vezes fui atrás das mais incríveis descobertas...Agora estou embarcando em voo internacional para Nairobi, a princípio, para passar um ano.
Foram diversas as reações quando despejei na bucha esssa novidade. Falas como "Nossa, vai fazer o que lá?" "Caralho, que tesão" "Porque o Quênia?" "Tenho muita pira de ir pra Africa" se tornaram comum nesses últimos dias, em que experimentei intensamente novos pensamentos, questionamentos e quebras de conceitos que me levaram a escolher aquele pais..Talvez a principal delas tenha sido a primeira vaga de trabalho pela qual me interessei. Sobre isso, muitas pessoas também se interessaram e perguntaram como eu consegui essa oportunidade. Foi por meio da Aisec, uma organização que foca no desenvolvimento pessoal e profissional de seus membros com o objetivo de causar impactos sociais positivos e com essa finalidade,promove intercâmbios profissionais em diversas áreas (Site:http://www.aiesec.org.br). No meu caso, esse intercâmbio é voltado para o desenvolvimento social. Vou trabalhar em uma ONG que desenvolve projetos relacionados a AIDS/HIV em duas das maiores comunidades de Nairobi (Mathare e Huruma), lugares que, segundo notícias internacionais - nunca disseminadas pela voz de quem vive nesses lugares e poderiam falar com maior segurança sobre a situação em que se encontram - incide um grande número de pessoas infectadas pelo vírus da AIDS, de crianças que perderam seus pais por conta da doença, de desempregados, da falta de perspectiva de vida entre seus moradores. Mas a minha intenção é outra, é de fato vivenciar o dia-a-dia dessas pessoas, é descobrir como a cultura afro ainda consegue viver e se fazer valer por maior que seja a opressão sofrida por seus praticantes, é acompanhar um novo estilo de vida e sem dúvida chocar e muito aprender com ele. O meu entusiasmo com essa vaga foi seguido pela enorme curiosidade de desvendar e desbravar a Africa, que seja pelo menos um país, país esse que já me chamava atenção por suas conhecidas belezas naturais,por conhecidos quenianos simpaticos e por sua curiosa história.
"A walk in Nairobi" quase que ao pé da letra, pois a minha intenção nesse blog é justamente essa, caminhar, passear ou simplismente andar por Nairobi, falar sobre ela tudo o que eu conseguir enxergar com essas minhas lentes de uma cidadã curitibana, que por sorte de nascência, conseguiu se fazer menina estudada, de raras oportunidades no imenso país de onde venho e que raras também são essas oportunidades para o Quênia para onde vou...
Dizem Naiorobi uma grande cidade da costa lesta da Africa, a maior delas, mas não se diz dela, em nenhum guia turístico, aquela que padece de tantas necessidades, como toda cidade que dizem economicamente desenvolvidas. Tal como em nosso Brasil, com nossos recantos praianos, ribeiros, sertanejos, pantaneiros, onde se presenteiam os contrastes de um povo com tão rica cultura se chocando na única direção a que tende a cultura global.
Por isso, para penetrar de vez nesse todo novo, ainda tenho que remar e remar. Remar muito além do Atlântico Sul...
Tentar vou, sempre que possível, atualizar o blog para manter meus assíduos leitores (mamãe) em dia com o meu dia-a-dia.
A todos que quiserem receber, um grande abraço.

OBS: Certamente vou dar meus pulinhos fora de Nairobi e quissá até do Quência, por isso, por vezes não vou me limitar apenas a essa cidade.